Nota de Esclarecimento da Sociedade Brasileira de Oncologia Ocular
Face a grande repercussão do vídeo corajosamente divulgado por um casal de Jornalistas, que se valeu do alcance e capilaridade das redes sociais para chamar atenção a respeito do retinoblastoma, a Sociedade Brasileira de Oncologia Ocular, afiliada ao Conselho Brasileiro de Oftalmologia, vem a público por meio desta nota trazer alguns esclarecimentos:
1. O retinoblastoma é o tumor maligno intraocular mais comum da infância. Ele é originário das células da retina, localizada no fundo do olho, e responsável pela visão.
2. Considerado um tipo raro de câncer, corresponde de 2 a 4% das neoplasias da infância.
3. Cerca de 90% dos pacientes irão manifestar a doença até os 5 anos de idade.
4. Os sinais mais comuns da doença são leucocoria, um reflexo pupilar branco (conhecido como olho de gato) e o estrabismo (desvio ocular).
5. Portanto, toda leucocoria e estrabismo em crianças de 0 a 5 anos de vida, DEVERÃO ser investigados e até que se descarte o diagnóstico de retinoblastoma.
6. O diagnóstico precoce no caso deste tumor é crucial para um tratamento adequado, com maior sobrevida, e maiores chances de preservação ocular e visão funcional.
7. Ao nascimento, toda criança deve ser submetida ao Teste do Olhinho (Teste do reflexo vermelho), que deverá ser feito preferencialmente na maternidade, até 72 horas de vida. A partir daí exames periódicos deverão ser feitos. Recomenda se ainda que toda criança passe por um exame oftalmológico completo entre 6-12 meses de vida e depois repetido de acordo com a indicação do oftalmologista pediátrico.
8. O tratamento de cada paciente é individualizado. Hoje dispomos de várias formas de administração de quimioterapia, associadas a tratamentos locais. Ainda podemos contar com auxílio da radioterapia, incluindo a braquiterapia e tratamentos cirúrgicos para casos avançados ou não responsivos ao tratamento conservador.
9. Em qualquer suspeita de retinoblastoma, a criança deverá ser prontamente avaliada por um oftalmologista, em caso de confirmação diagnóstica, encaminhado para o serviço de referência mais próximo.
10. O tratamento envolve uma equipe multidisciplinar, composta por oncologista ocular (que é o oftalmologista especialista em câncer nos olhos), oncologista pediátrico, radiologista, patologista, neurointervencionista, anestesista, psicólogo, enfermagem, dentre outros profissionais, altamente capacitados e envolvidos nesse complexo tratamento.